Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo de procurador-geral da República, o subprocurador-geral Augusto Aras definiu a estratégia dos próximos 15 dias.
Além de percorrer os gabinetes dos senadores, Aras buscará dialogar com as diferentes correntes políticas e tentar diminuir a resistência ao nome dele entre integrantes do Ministério Público, causada pelo fato de ele não ter integrado nem ter concorrido à lista tríplice da categoria.
O primeiro foco de Aras é na seara Legislativa. A partir desta terça (10), começará o périplo pelos gabinetes de 80 senadores. Na última sexta (6), ele já se reuniu com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e, nesta semana, começará as conversas com a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS).
Segundo o blog apurou, para tentar diminuir resistências ao nome dele, Aras já sinalizou a interlocutores estar aberto à manutenção de procuradores da Lava Jato “se eles quiserem assumir a continuidade dos trabalhos”.
Procuradores envolvidos nas investigações e integrantes do Ministério Público na primeira instância têm o procurado “demonstrando interesse em manter a continuidade do trabalho”.
No entanto, Aras frisa nessas conversas que não fez convite a ninguém. E que só cuidará disso após a sabatina no Senado.
Quando Bolsonaro indicou Aras, a Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) divulgou uma nota classificando a decisão do presidente de “maior retrocesso institucional” em vinte anos.
Além disso, dois procuradores desistiram de cargos de comando em Sergipe após a indicação de Aras para a PGR.
Para Augusto Aras, o episódio de Sergipe foi superdimensionado. Quando indagado, ele costumar afirmar também que as críticas de integrantes do MP partem de um grupo “de jovens procuradores corporativistas”.
Agradecimento
Quando conversou com Bolsonaro, Aras disse que queria ir pessoalmente ao presidente agradecer pela indicação. Bolsonaro, no entanto, respondeu estar sem tempo e “agradecido”. Aras achou graça, e comentou com assessores que aquilo mostrava que o presidente era “um homem simples”.
Desde quinta, a rotina do procurador mudou. Dizendo-se exausto e em meio a reações do MP, ele brinca que tem se agarrado à proteção de irmã Dulce (que será canonizada no dia 13 de outubro) para enfrentar o processo das próximas semanas.
Irmã Dulce é a primeira mulher nascida no Brasil que se tornará santa.
Sucessão na PGR
Se aprovado pelo Senado, Augusto Aras assumirá a vaga de Raquel Dodge pelos próximos dois anos.
O mandato de Raquel Dodge vai até 17 de setembro. Pela consta de Aras, a sabatina deve ocorrer em 15 dias, e ele deve assumir a PGR, se aprovado, na primeira semana de outubro. Enquanto isso, ficará interino o subprocurador Alcides Martins.
Fonte: G1