
Após não conseguir chegar a um acordo para a aprovação do orçamento de Israel, o Knesset – parlamento de Israel – foi dissolvido automaticamente na madrugada de terça (22) para quarta-feira. Com isso, o país terá que organizar novas eleições legislativas no ano que vem, a quarta em menos de dois anos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segue no comando do país de forma interina até que aconteçam as próximas eleições – que já estão marcadas para o dia 23 de março de 2021.
Segundo a agência de notícias Associated Press, as pesquisas de opinião mais recentes indicam que, se as eleições fossem realizadas hoje, Netanyahu enfrentaria dificuldades para se manter no poder.
Governo de coalizão
Netanyahu e seu principal rival, Benny Gantz, formaram um governo de coalizão em maio para enfrentar juntos a crise do coronavírus, mas a relação entre os dois lados ficou marcada por desconfiança e disputas internas.
O acordo entre os dois partidos incluía um rodízio no posto de primeiro-ministro e estipulava que o governo adotaria um único orçamento para (2020 e 2021), mas o Likud, de Netanyahu, propôs a votação de dois orçamentos diferentes, o que foi recusado pelo centrista Azul e Branco, de Gantz.
Este ponto virou o calcanhar de Aquiles da coalizão e também o estopim das tensões entre Netanyahu e Gantz, segundo relatam diversas reportagens da imprensa israelense.
Analistas políticos ouvidos pela agência de notícias France Presse apontaram que a crise do orçamento foi a maneira que Netanyahu encontrou para provocar novas eleições e evitar ceder o poder a Gantz em novembro de 2021.
Crises no governo
A perspectiva de novas eleições acontece em plena crise de saúde e no momento em que Israel acaba de iniciar a campanha de vacinação contra a Covid-19.
Israel tem uma população de 9 milhões de habitantes, e o país já registrou mais de 380 mil casos de infecção por coronavírus e mais de 3,1 mil mortes por complicações da doença.
Ela também coincide com a batalha judicial de Netanyahu, acusado de corrupção, fraude e abuso de confiança em três casos diferentes.
Fonte: G1