Dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar liminarmente um pedido para que Ronnie Lessa fosse transferido a um presídio especial no Rio, o caso foi colocado em sigilo na Corte. Ele é suspeito de matar Marielle Franco e Anderson Gomes. O mérito do caso ainda será analisado pelo STF.
O segredo de justiça foi determinado no último dia 26, com base em artigo da Constituição Federal que prevê o sigilo quando “imprescindível à segurança da sociedade e do estado”.
Preso numa penitenciária de segurança máxima, o policial militar reformado solicitou a ida para o Batalhão Especial Prisional (BEP) — onde ficam PMs detidos. O local tem histórico de regalias. Neste ano, foram apreendidas cervejas, vinho e acessórios para fazer churrasco.
Lá, está preso o ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB). Na quinta, Sérgio Cabral (MDB) teve o pedido para ser transferido ao BEP negado. Ele argumentava que passou a sofrer ameaças depois de confessar os crimes e denunciar outros detentos.
MP: Crime meticulosamente planejado
Mesmo já detido, Ronnie foi alvo de um novo mandado de prisão expedido por ocultação de prova nesta quinta-feira (3). Ele é suspeito de orquestrar o desaparecimento da arma que matou Marielle Franco.
Pela manhã, foram presas quatro pessoas — inclusive a mulher dele, Elaine Lessa.
O pedido de Ronnie Lessa foi feito ao STF quase um mês depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitar solicitação semelhante. As investigações apontam que o crime contra a vereadora foi “meticulosamente” planejado
Já a defesa argumenta que:
- não há elementos robustos para mantê-lo em presídio federal
- ausência de dados que indiquem que ele possa cometer novos crimes contra políticos e testemunhas
- direito de ficar próximo de parentes
- direito de ficar no BEM por ser PM
Na negativa ao pedido de Ronnie Lessa, o ministro do STJ Ribeiro Dantas alega que há ligações com “organização miliciana composta por agentes públicos”.
O juiz lembra ainda que, quando foi cumprido o mandado de busca e apreensão, “foi encontrada grande quantidade de armas desmontadas, inclusive fuzis, guardadas a mando do recorrente (Ronnie)”.
Fonte: G1