A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 18, a 70ª fase da Operação Lava Jato, que mira contratos de afretamento de navios celebrados pela Petrobras, sob responsabilidade da Diretoria de Abastecimento da empresa. Policiais cumprem doze mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A ação conta com o apoio do Ministério Público Federal e foi apelidada de Óbolo, em referência à mitologia grega. O objetivo é coletar provas da corrupção de agentes públicos, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Não está sendo cumprido nenhum mandado de prisão.
De acordo com a PF, três empresas alvos da operação estabeleceram mais de 200 contratos de afretamento de navios entre 2004 e 2015, em valores que ultrapassam 6 bilhões de reais. A remuneração de intermediários – chamados de “brokers” –, foi determinada pela “atividade de aproximação entre os armadores de navios e a Petrobras”.
Tais empresas teriam sido beneficiadas “com informações privilegiadas acerca da programação de contratação de navios utilizados para transporte marítimos de petróleo e derivados da empresa, de forma que tiveram valiosa vantagem competitiva na captação dos negócios”.
As investigações suspeitam que o pagamento da corrupção recai sobre a quantia recebida pelos intermediários. “Mesmo estabelecidos em uma pequena porcentagem dos contratos, alcançam vultosas somas de dinheiro”, diz a PF em nota.
Em referência à mitologia, a operação foi batizada de Óbolo por causa da tradição da Grécia Antiga de colocar uma moeda, chamada óbolo, sob a língua do cadáver para pagar o barqueiro, Caronte, que conduzia as almas pelo rio que separava o mundo dos vivos dos mortos.
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