Agentes da divisão antiterrorismo da polícia do Reino Unido prenderam na quarta-feira (18) um homem como parte da investigação de um atentado de 1974, na cidade de Birmingham, na Inglaterra, que deixou 21 mortos e 180 feridos. Suspeita-se que os autores eram membros do Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla em inglês).
Na ocasião, dois bares foram atingidos. Apesar do IRA nunca ter assumido a autoria do atentado, acredita-se que ele foi o responsável.
Esse é considerado o principal ataque na ilha britânica durante os conflitos com guerrilheiros da Irlanda do Norte.
O homem preso tem 65 anos –portanto, tinha cerca de 19 na época do ataque. Ele foi preso na capital da Irlanda do Norte, Belfast.
De acordo com um comunicado da polícia, a prisão do suspeito é um caso contemplado na lei antiterrorismo.
Entenda os conflitos na Irlanda do Norte
A Irlanda do Norte fica na mesma ilha da Irlanda, mas pertence ao Reino Unido.
Uma parte dos norte-irlandeses quer se separar do Reino Unido e se unir à Irlanda.
Na década de 1970, esse conflito se tornou mais violento.
A Irlanda do Norte ainda tem uma divisão entre católicos, que geralmente são nacionalistas e contrários ao Reino Unido, e protestantes.
Os anos de conflitos entre esses dois grupos e também entre os britânicos são conhecidos como “The Troubles” (os problemas, em tradução livre). Estima-se que 3.600 pessoas tenham morrido de forma violenta.
O confronto terminou formalmente em 1998, com um acordo conhecido como o Tratado da Boa Sexta-feira.
Veja abaixo um vídeo sobre John Hume, um dos políticos que negociaram a paz nos anos 1990.
Condenados erroneamente
Esse atentado na Inglaterra gerou um dos erros mais famosos da Justiça britânica: seis homens foram presos injustamente e passaram 16 anos na cadeia até serem exonerados, em 1991.
Um desses homens chegou a dizer que a polícia recebeu um aviso sobre o ataque, mas não agiu a tempo.
No entanto, um relatório feito em 2019 concluiu que as bombas foram armadas por membros do IRA, e que o aviso não foi feito de maneira adequada. Concluiu-se que não houve erro da polícia.
Fonte: G1