A fuga de uma princesa dos Emirados Árabes para o Reino Unido pode desencadear uma crise diplomática entre as duas regiões. Declarando temer pela própria segurança, a princesa Haya Bint Al Hussein, de 45 anos, deixou o xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, 69, seu marido e emir de Dubai.
A princípio, Haya teria buscado asilo na Alemanha em maio, mas então mudou-se para Londres. Acredita-se que ela está vivendo em Kensington Palace Gardens, rua nobre no centro da capital inglesa, em uma casa avaliada em 85 milhões de libras (cerca de R$ 412 milhões).
Mas quem é Haya?
Nascida na Jordânia, a princesa é filha do falecido rei Hussein e meia-irmã do atual monarca do país, Abdullah II. Sua educação, contudo, foi realizada no Reino Unido. Aluna da Universidade de Oxford, Haya estudou filosofia, política e economia.
Em 2004, ela se casou com Mohammed, tornando-se sua sexta e mais recente esposa. O casal tem duas crianças: uma menina, Al Jalila, de 11 anos, e um garoto, Zayed, de 7. Além deles, o xeque é pai de outros 21 filhos com diferentes mulheres.
Apaixonada por equitação, ela é ex-presidente da Federação Equestre Internacional e membro do Comitê Olímpico Internacional. Em seu site, Haya explica que é “motivada pela crença de que o esporte melhora vidas, empodera mulheres e derruba barreiras entre pessoas e nações”.
Vice-presidente do Royal Windsor Horse Show, a princesa costumava frequentar eventos ligados à família real britânica, onde já foi flagrada conversando com a rainha Elizabeth II. Ela também é reconhecida por seu trabalho humanitário.
Fontes no Oriente Médio afirmam que o xeque estava extremamente perturbado pela proximidade entre a esposa e um de seus seguranças. Em uma conta do Instagram, ele postou um poema furioso que dizia “Sua traidora, você traiu a mais preciosa confiança e seu jogo foi revelado.”
Motivações
Ainda é incerto o que realmente teria levado a Haya a abandonar o marido, mas fontes próximas à princesa afirmam que ela teria descoberto informações preocupantes sobre o retorno de sua enteada, a princesa Latifa, a Dubai.
Latifa havia tentado escapar dos Emirados Árabes no ano passado, mas foi interceptada por homens armados na costa da Índia e levada de volta. Na época, autoridades árabes afirmaram que ela estaria de volta à segurança, após ficar “vulnerável à exploração”.
Inicialmente, Haya posicionou-se de forma favorável às declarações oficiais, acreditando na versão do marido. Contudo, depois teria descoberto que Latifa foi torturada, forçada a retornar e, supostamente, estaria presa.
As descobertas fizeram com que ela sofresse uma hostilidade e pressão por parte de familiares do marido, ao ponto de não se sentir mais segura em Dubai. Agora ela teme ser sequestrada e também ser levada à força para os Emirados Árabes.
Segundo o jornal The Guardian, canais extraoficiais estão pressionando o Reino Unido para extraditá-la. Caso Mohammed exija que ela volte, isso pode gerar uma crise entre os dois países.
Com 250 mil de seus cidadãos trabalhando nos Emirados Árabes Unidos, a Jordânia também corre risco de uma ruptura com Dubai.
O xeque solicitou que as autoridades alemães enviassem seus filhos de volta ao país, mas teve o pedido negado. Ele também entrou com uma ação legal contra Haya na Vara da Família da Suprema Corte. A audiência está marcada para o próximo dia 30 de julho.
Fonte: CLAUDIA