Mesmo com a apresentação do voto complementar –uma nova versão do relatório– pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP), ainda não há acordo para iniciar já nesta 4ª feira (3.jul.2019) a votação do texto na Comissão Especial da Previdência.
O presidente do colegiado, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou depois da sessão desta 3ª (2.jul), que haverá uma reunião amanhã às 11h que definirá 1 novo calendário. O discurso oficial é que, com as mudanças, os deputados precisam de mais tempo para avaliar o texto.
“É preciso fazer o redirecionamento das emendas a partir da complementação de voto. Os deputados tem que ter tempo de fazer ajustes dos seus destaques. Às 11h eu reuno os coordenadores para ver se tem acordo para votação da matéria”, disse Ramos.
Questionado sobre o atraso, ele afirmou que, mais importante do que apreciar o texto o quanto antes é ter votos: “Para votar, tem que ter voto. […] Eu já vi uma reforma da Previdência ser derrubada por 1 voto no Plenário e nós discutimos os mesmos temas 23 anos depois”, afirmou.
Ele não descarta que a votação ocorra essa semana. Há líderes de partidos que compõe o Centrão, porém, que cogitam até mesmo 1 novo voto complementar por parte do relator. Moreira, por sua vez, se declara aberto ao diálogo, mas defensor de seu relatório.
“É uma reforma para que acho que as coisas estão de bom tamanho. […] Acho que cumprimos a nossa parte”, declarou.
PONTOS CRÍTICOS
Uma das principais resistências é em relação às regras para policiais que não se consideram contemplados no relatório de Moreira. O próprio PSL –partido do presidente Jair Bolsonaro– cogita propor alterações no texto, afetando a economia prevista com a reforma.
Durante a sessão desta 3ª (2.jul), Sargento Isidório (Avante-BA) chegou a dizer que a reforma do governo Bolsonaro era “uma traição”.
Para não incentivar outros partidos a proporem mudanças para categorias especiais, porém, o partido do governo deve deixar de propor o destaque –como são chamadas as alterações– e aprovar as encaminhadas por outros partidos, mas com o mesmo tema.
Fonte: Poder 360