A senadora de oposição Jeanine Áñez se declarou presidente interina da Bolívia na noite desta terça-feira (12). “Assumo de imediato a presidência e me comprometo a tomar todas as medidas necessárias para pacificar o país” disse ela no Senado, que teria uma sessão para discutir a sucessão de Evo Morales, que acabou não ocorrendo por falta de quórum.
Áñez prometeu organizar novas eleições “o mais rápido possível”, seguindo recomendação da Organização dos Estados Americanos (OEA). Desde a renúncia de Evo até a proclamação da senadora, a Bolívia passou mais de 48h sem presidente.
“Trata-se de levar adiante o processo e convocar eleições o mais rápido possível”, disse Ánez.
Pouco depois do anúncio, o Tribunal Constitucional da Bolívia reconheceu, em comunicado, o ato da senadora que a proclamou como nova presidente boliviana.
Momentos depois, o ex-presidente Evo Morales publicou mensagem nas redes sociais em que repudia a proclamação de Áñez. “Está consumado o golpe mais ardiloso e nefasto da história”, tuitou.
“Uma senadora de direita golpista se autoproclama presidente do Senado e logo presidente interina da Bolívia sem quórum legislativo, rodeada de um grupo de cúmplices e apoiada pelas forças armadas e polícia que reprimem o povo”, protestou Evo.
Evo ainda acusou Áñez de violar a constituição da Bolívia e normas internas da Assembleia Legislativa e disse que o país “sofre um assalto ao poder do povo”.
“Consuma-se sobre o sangue de irmãos assassinados por forças policiais e militares usados para o golpe”, acrescentou Evo.
Fonte: G1