A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, fez o planejamento de um cenário para um segundo referendo sobre a desfiliação britânica da União Europeia para o caso do Parlamento forçá-la a realizá-lo, noticiou o jornal Daily Telegraph nesta segunda-feira.
May tem esperança de encontrar uma maneira de fazer o Parlamento aprovar um plano para o Brexit sem outra consulta pública, mas as conversas com o Partido Trabalhista opositor sobre um meio-termo em uma estratégia de saída ainda não renderam um acordo.
O Telegraph relatou que May conversou com autoridades e ministros sobre a realização de um referendo que permitiria aos eleitores escolher entre deixar a UE com um acordo, sair sem um acordo ou não sair.
A reportagem citou fontes governamentais não identificadas, segundo as quais o plano para o referendo só se tornaria relevante se as conversas com os trabalhistas fracassarem e a maioria do Legislativo apoiar outra votação pública.
Segundo o Telegraph, uma fonte do gabinete de May negou que houve uma reunião para debater um segundo referendo sobre o Brexit.
A votação de 2016 para a saída do Reino Unido do bloco foi decidida por uma maioria de 52 por cento e a decisão continua dividindo o país e paralisando o sistema político. O governo de minoria de May não conseguiu cumprir o prazo de saída de 29 de março, e existe grande incerteza sobre como, quando ou mesmo se o Reino Unido se separará.
May se opôs publicamente a um segundo plebiscito. Ela disse que, se as negociações com os trabalhistas fracassarem, o Parlamento será convocado a votar uma série de opções para romper o impasse, mas estas opções ainda não foram decididas.
As conversas com os trabalhistas, que prometeram um apoio condicional a um segundo referendo, devem ser retomadas na terça-feira, e os ministros de May passaram os últimos dias acenando com a possibilidade de um acordo rápido.
Mas detalhes vazados sobre uma possível concessão irritaram os negociadores trabalhistas, e parlamentares dos dois lados expressaram sua oposição a um pacto entre os partidos.
(Por William James)
Fonte: REUTERS