A justificativa do Palmeiras para a demissão do técnico Roger Machado foi que o desempenho do time já estava abaixo do esperado antes da Copa do Mundo e que não melhorou no retorno do Campeonato Brasileiro – para o seu lugar foi contratado Luiz Felipe Scolari. Será que a declaração do presidente Maurício Galiotte bate com os números? Isso é trabalho para a equipe do Espião Estatístico! Fomos atrás das estatísticas e mostramos que as justificativas fazem sentido.
Vale destacar que foi nas últimas cinco rodadas, com dois jogos antes da paralisação para a Copa e três depois, o pior desempenho do Palmeiras no Brasileiro, sem que houvesse partidas de competições paralelas entre elas. Desta forma, os números batem com a declaração de Galiotte.
Nas primeiras cinco rodadas, o desempenho ofensivo não foi dos melhores, com cinco gols marcados, e uma média de um por jogo. Da sexta à 10ª partida, o time comandado por Roger melhorou muito, balançou a rede 10 vezes (média de dois tentos por jogo), sendo o melhor ataque do Brasileiro neste período.
Porém, da 11ª a 15ª rodada, o desempenho voltou a cair: sete gols marcados. Nos três empates neste período (Ceará, Flamengo e Santos), a equipe saiu na frente, desperdiçou oportunidades e viu os adversários chegarem à igualdade.
Diferentemente do ataque, a defesa começou bem e foi caindo de rendimento gradativamente. Com três gols sofridos nas cinco primeiras rodadas, era a segunda melhor do Brasileiro, atrás apenas do Cruzeiro. Depois, foram mais cinco sofridos entre a sexta e a 10ª partida. Nos últimos cinco jogos, foram outros sete gols sofridos.
Os gols sofridos refletem uma defesa que foi ficando mais permissiva ao longo do Campeonato Brasileiro. Nas primeiras rodadas, o time pouco permitia que os adversários finalizassem, muito menos que conseguissem que as finalizações fossem certas, em direção ao gol. Nos jogos iniciais, o time de Roger Machado sofreu uma média de 8,6 finalizações por jogo, sendo apenas 3,4 certas. Nas últimas cinco rodadas, foi uma média de 13 chutes sofridos por partida, sendo 5,6 certos.
Fonte: SporTV