
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) pretende pedir ao Tribunal de Justiça da Paraíba o impedimento do juiz Salvador de Oliveira Vasconcelos, da comarca de Cabedelo, para julgar processos relacionados à Operação Xeque-Mate, que levou para a cadeia o ex-prefeito Leto Viana, vereadores e outros envolvidos no esquema de fraude envolvendo o Executivo e o Legislativo, além de empresários e jornalista.
Investigação aponta relação próxima do juiz com os suspeitos, segundo matéria divulgada no blog de Suetoni Souto Maior.
Familiares do juiz integraram o quadro de servidores da Prefeitura de Cabedelo na gestão de Leto Viana.
Além disso, em depoimento complementar do termo de intenções de colaboração premiada do vereador Marcos Antônio da Silva Santos à Polícia Federal revela suposta estratégia de suspeitos ligados a Leto Viana para se beneficiarem caso o processo retorne ao primeiro grau. Com a renúncia, Leto perdeu a prerrogativa de foro inerente ao cargo.
“Existe uma estratégia entre os investigados de aguardar o retorno dos autos da Operação Xeque-Mate a Cabedelo/PB para que suas respectivas solturas sejam imediatamente determinadas pelo juiz Salvador de Oliveira Vasconcelos, da Comarca de Cabedelo”, disse Marcos Antônio em depoimento.
O processo está sob a jurisdição do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para onde foi encaminhado pelo TJPB após suposta participação do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Fernando Catão, na tentativa de impedir a construção de um shopping em Cabedelo, atendendo a interesse do grupo investigado na Xeque-Mate.
Outro fator apontado pelo MPPB para impedir o impedimento do juiz seria a existência de mensagens, em grupos de compartilhamento, entre o filho do magistrado, Alexsandro Buarque Alves de Vasconcelos, e Leto Viana, quando ainda era prefeito. O filho do juiz pede um “bom cargo” para ele e um “bom emprego” para a esposa na Prefeitura.
Entre as provas em poder do Ministério Público que mostram a relação do magistrado com Leto Viana estão contra-cheques de parentes do juiz que trabalhavam na prefeitura de Cabedelo.
Fonte: Parlamento PB