O general Abdel Fattah al-Burhan assinou neste domingo (21) um acordo com Abdallah Hamdok, primeiro-ministro que foi preso em um golpe militar há quase um mês, para restabelecer o processo de transição para um governo civil no Sudão.
Firmado no palácio presidencial, na capital Cartum, o acordo de 14 pontos prevê a libertação dos líderes civis que haviam sido detidos no golpe e o retorno de Hamdok ao cargo de primeiro-ministro. Mas a população protestou contra o acordo.
O golpe de Estado foi liderado pelo próprio al-Burhan, em 25 de outubro. Além da prisão de Hambok e de outros líderes civis, o general fez um pronunciamento oficial na TV estatal e anunciou um estado de emergência em todo o país.
Antes mesmo do pronunciamento, milhares de pessoas saíram às ruas da capital Cartum e da cidade vizinha de Omdurman para protestar contra o golpe, bloquearam vias e incendiaram pneus, enquanto forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersá-las.
Mas os protestos continuaram, e os militares ampliaram a repressão ao movimento e matar ao menos 40 pessoas em quase um mês de manifestações.
Protestos contra o acordo
Apesar do acordo, pessoas saíram em várias cidades do país neste domingo para continuar a protestar. Várias organizações da sociedade civil rejeitaram o pacto, pois querem um governo sem militares.
A multidão se reuniu em frente ao palácio presidencial, onde o acordo foi assinado, e as forças de segurança reagiram em Cartum, lançando gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
O primeiro-ministro que voltou ao poder defendeu o acordo e afirmou que ele visa restaurar a transição democrática no país e acabar com o derramamento de sangue.
“Eu sei que nossos jovens têm a capacidade de sacrifício, determinação e desistência de tudo o que é precioso. Mas o sangue sudanês é precioso, vamos parar o derramamento de sangue e direcionar a energia dos jovens para a construção e o desenvolvimento”, disse Hamdok.
Fonte: G1