O tribunal eleitoral da Nicarágua inabilitou nesta sexta-feira (6) o partido Cidadãos pela Liberdade (CxL, de direita) que liderava uma aliança da oposição contra a reeleição do presidente Daniel Ortega nas eleições de 7 de novembro.
A decisão do Conselho Supremo Eleitoral (CSE), divulgada em meios oficiais, anulou a pessoa jurídica do partido político, o impossibilitando de concorrer.
Na véspera, a candidata à vice do CxL, a ex-miss Berenice Quezada, foi presa sob a acusação de terrorismo e foi considerada inabilitada para concorrer às eleições.
Ela se tornou a oitava adversária presa e impossibilitada de concorrer às eleições de novembro.
Sem nenhuma experiência política, ela integrava a chapa lançada na semana passada com o ex-contrarrevolucionário Óscar Sobalvarro, que nos anos de 1980 comandou a luta armada contra os sandinistas.
A formação da chapa do CxL pelo ex-chefe militar e a ex-miss surpreendeu os nicaraguenses, mas acabou solapada pelo regime supostamente por declarações de Berenice Quezada em apoio aos protestos de 2018 e à falta de condições eleitorais no país
Nos últimos dois meses, pelo menos 30 opositores políticos foram encarcerados ou obrigados a fugir da Nicarágua. A perseguição chegou ao ponto de a Aliança Cidadãos pela Liberdade, que se opõe ao regime, manter sob sigilo sua lista de candidatos para escapar de represálias.
Com a prisão de Quezada, Ortega se apresenta, sozinho, ao quarto mandato consecutivo.
Fonte: G1