As forças de segurança do Sudão anunciaram neste domingo (14) a detenção do diretor do escritório do canal Al-Jazeera em Cartum, o que aumenta a pressão sobre a imprensa um dia após a morte de seis manifestantes num dos conflitos mais violentos desde o golpe militar de 25 de outubro.
“As forças de segurança realizaram uma operação na casa de Al-Musalami al-Kabbachi, diretor da Al-Jazeera no Sudão, e ele foi detido”, afirmou no Twitter o canal de TV, com sede no Catar.
Os motivos da detenção não foram imediatamente divulgados. Centenas de ativistas, opositores e manifestantes contrários ao golpe também foram detidos.
O Sudão entrou em um período turbulento no fim do mês passado, quando o general Abdel Fattah al-Burhane, que já comandava o Conselho de Soberania, o principal organismo de poder do Sudão após 30 anos de ditadura, determinou a detenção da maioria dos civis com os quais compartilhava o poder.
No mesmo dia, ele também dissolveu todas as instituições do país e declarou estado de emergência.
Desde então, a Al-Jazeera tem feito a cobertura das manifestações contra o golpe de Estado, várias delas ao vivo. O canal também entrevistou há menos de uma semana o general Al-Burhane, que só falou com a imprensa duas vezes desde o golpe.