O advogado Ariovaldo Moreira afirmou na noite desta quarta-feira (24) que seu cliente, o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, disse em depoimento à Polícia Federal que a intenção de Walter Delgatti Neto, amigo do DJ e apontado como o hacker que invadiu os celulares do ministro Sergio Moro e outras autoridades, queria vender ao PT as mensagens que obteve.
Moreira deu as declarações após os depoimentos prestados por Gustavo Santos e pela mulher dele, Suelen Priscila de Oliveira, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde estão presos.
Saiba quem são os suspeitos de envolvimento em invasão do celular de Sergio Moro
Após a divulgação das declarações do advogado, o PT emitiu nota na qual afirma que o inquérito que apura a atuação de supostos hackers para invadir o celular do ministro Sérgio Moro (Justiça) se tornou uma “armação” contra o partido.
Além de Moro, foram alvos da ação de hackers autoridades como o desembargador federal Abel Gomes, o juiz federal Flávio Gomes, o delegado da PF de São Paulo Rafael Fernandes e o delegado da PF em Campinas Flávio Reis.
Segundo o advogado, Gustavo Santos disse aos investigadores que ouviu a versão sobre a intenção de vender as mensagens do próprio Walter Delgatti.
“Essa informação, isso daí está nos autos, é oficial. Então, ele confirma que o Walter mandou mensagem para ele, mandou inclusive parte da interceptação telefônica do juiz Sergio Moro e a intenção, segundo ele, o meu cliente, ele dá conta de que o Walter disse a ele que a intenção era vender esse produto, essas informações, para o Partido dos Trabalhadores”, declarou.
De acordo com o advogado, Walter Delgatti manifestou essa intenção “na hora que ele mostrou as informações” para seu cliente. “Meu cliente [DJ Gustavo Henrique Elias Santos] falou para ele mais de uma vez: ‘Rapaz, isso é um pouco perigoso, toma cuidado’. E ele falou: ‘A minha intenção é vender para o Partido dos Trabalhadores”.
Sem informações sobre venda de material
O advogado afirmou que Gustavo Santos tem conhecimento somente da suposta intenção de Delgatti de vender o material, mas disse não saber se ele procurou alguém e se vendeu.
“Meu cliente não tem essa informação. A única coisa que meu cliente narrou é que o Walter disse para ele a intenção de vender isso para o Partido dos Trabalhadores. Se ele vendeu, se ele não vendeu, se ele entregou esse material gratuitamente pra alguém, isso nós não sabemos”
Segundo Moreira, o cliente disse no depoimento que Delgatti é “um sujeito bem propenso ao Partido dos Trabalhadores. É uma pessoa que tem uma certa simpatia ao Partido dos Trabalhadores”.
De acordo com registro no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Walter Delgatti Neto é filiado ao DEM em Araraquara (SP) e está com a filiação em situação regular.
Segundo o advogado, “no primeiro momento o Gustavo não acreditou quando ele [Delgatti] encaminhou para ele parte das conversas. Aí, num segundo momento, que além das conversas do juiz, ele apresenta outras pessoas interceptadas, que, segundo consta, que, segundo o Walter narra, foi ele que interceptou”.
Fonte: G1