Quatro meses após o fim da paralisação de parte dos agentes da Segurança Pública do Ceará, cerca de 300 militares continuam respondendo a procedimentos administrativos disciplinares internos que apuram a participação deles em motim, segundo a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). Parte dos PMs citados segue afastada até outubro.
O movimento durou 13 dias, entre fevereiro e março deste ano. O caso, em meio a uma crise de segurança pública no estado, ganhou repercussão nacional, e a Justiça chegou a autorizar a prisão de policiais que participassem das manifestações. Mais de 40 policiais foram presos.
No período, batalhões da PM ficaram ocupados por manifestantes e familiares e pneus de viaturas foram esvaziados.
Durante os 13 dias da movimento, foram 312 homicídios registrados no Ceará – uma média de 26 por dia. No período antes do movimento, a média era de oito por dia.
O senador Cid Gomes (PDT-CE) chegou a ser baleado e foi internado ao furar um bloqueio feito no 3º Batalhão da Polícia Militar do município com uma retroescavadeira
Dentre os objetivos da paralisação ilegal estavam reestruturação na corporação e melhoria salarial. A ação teve fim após diversas rodadas de negociação com o governo do estado, e sem a garantia de anistia aos militares que aderiram ao ato, a principal reivindicação da categoria para voltar às atividades
Na última semana de junho deste ano foram publicadas no Diário Oficial do Ceará portarias informando sobre a prorrogação dos afastamentos de um grupo de policiais militares e aplicação de medidas restritivas.
Fonte: G1