O reconhecimento de um segundo milagre pelo Vaticano permitiu que a igreja canonize uma religiosa que conquistou a devoção dos brasileiros pelas obras de caridade que realizou na Bahia. Irmã Dulce vai ser a primeira santa nascida no Brasil.
A devoção do aposentado Osvaldo Lima à irmã Dulce começou 14 anos atrás, quando ele se recuperou de uma cirurgia para tratar um câncer. “Eu fiz minha oração para irmã Dulce. Aí, eu senti uma energia, uma energia forte dela”, contou.
Irmã Dulce foi beatificada em 2011. O Vaticano reconheceu que uma mulher de Sergipe sobreviveu depois de ter sido desenganada pelos médicos.
Agora, a Igreja Católica reconheceu um segundo milagre atribuído à beata: uma pessoa cega voltou a enxergar.
“Ficou cega durante 14 anos. Passou a ver novamente através de uma interseção de irmã Dulce em um momento de muita dor e muito sofrimento”, declarou o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.
Maria Rita Lopes Pontes nasceu em 1914, em Salvador. Formou-se professora e tornou-se freira. Virou mãe dos pobres, dos moradores de rua, dos doentes: o anjo bom da Bahia.
1949. Irmã Dulce cuidava de 70 doentes e não tinha onde abrigá-los. Foi aí que pediu à madre superiora que eles ficassem numa área do convento onde ela vivia e onde, na época, funcionava um galinheiro. Era o início de um grande hospital criado por irmã Dulce: o único hospital do mundo que nasceu de um galinheiro.
Hoje é um complexo conhecido como Obras Sociais Irmã Dulce. Nos núcleos de saúde, são feitos 3,5 milhões de atendimentos por ano, 100% pelo SUS. “Independente de quem seja, de quem for, o atendimento que eles dão, o carinho, eles acolhem”, contou a paciente Genivaldete de Jesus Santos.
“O que a gente quer para si mesmo, deve querer para os nossos irmãos”, dizia irmã Dulce.
Irmã Dulce morreu em março de 1992 e deixou um legado de solidariedade. “O amor a essa obra, ao legado dela, às pessoas que chegam à nossa porta como a última porta, muitas vezes. E é isso. É isso que nos move”, disse superintendente do Obras Sociais Irmã Dulce, Maria Rita Pontes.
Fonte: Jornal Nacional