Sou um crítico ferrenho do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM – brasileiro. O exame, equivocadamente, é aplicado de forma unificado em todo país como se a educação brasileira fosse aplicada uniformemente entre as regiões e, sobretudo, sem considerar as enormes disparidades existentes entre o ensino público e o privado.
O ENEM une, num só “rebanho”, duas grandes e diferentes realidades educacionais e acaba favorecendo fortemente o aluno oriundo da rede privada em detrimento do estudante da escola pública que conhecemos.
Numa breve análise, é de se dizer que a educação brasileira ainda é um sistema de castas econômicas e orbita ainda sob o manto de um Estado autoritário e opressor. Historicamente, até a terminologia que permeia o ambiente escolar não conseguiu ainda se libertar de sua herança impositiva e autoritária. A utilização cotidiana de expressões como grade curricular (o termo nos remete a prisão); disciplinas (nos remonta a obediência e submissão a ordem); provas (diretamente ligada à critérios de inocência ou culpabilidade) e carga horária (alusão ao transporte de peso) são termos que, de forma subliminar, expressam os pilares históricos, antropológicos e opressores que sustentam a educação no Brasil ainda hoje.
Finalizo deixando um recado aos alunos desse país, especialmente aos alunos da rede pública, de onde sou advindo. Só há uma saída: se debruçar sob os livros, avançar no conteúdo programático e estabelecer uma rotina diária de estudos extraclasse. Essa, a curta prazo, é a arma para desafiar o sistema e vencer as desigualdades. Eu sei o que é isso e sei que é possível!
Teófilo Júnior